A escravidão é a prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre
outro designado por escravo, ao qual é imposta tal
condição por meio da força. Na história da escravidão, há diversas ocorrências
de escravatura sob diferentes formas ao longo da história, praticada por
civilizações distintas. No Brasil, a escravidão teve início com a produção de
açúcar. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de
açúcar do Nordeste. Os
comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem
mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles
mais fracos ou velhos. Este é o assunto tratado no livro “Do outro Mundo"
Segundo Fernando Henrique Cardoso "Antigamente, os escravos tinham um senhor, os de hoje trocam de dono e nunca sabem o que esperar do dia seguinte. A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, acabando com a possibilidade de possuir legalmente um escravo no Brasil, mas a realidade não é bem assim. A expressão escravidão moderna não se trata apenas de compra ou venda de pessoas, se trata de violência, exploração e outros meles. Nossa economia, nosso governo, nossa realidade... Esses são alguns dos bons motivos para que a escravidão atual ainda exista.
Segundo Fernando Henrique Cardoso "Antigamente, os escravos tinham um senhor, os de hoje trocam de dono e nunca sabem o que esperar do dia seguinte. A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, acabando com a possibilidade de possuir legalmente um escravo no Brasil, mas a realidade não é bem assim. A expressão escravidão moderna não se trata apenas de compra ou venda de pessoas, se trata de violência, exploração e outros meles. Nossa economia, nosso governo, nossa realidade... Esses são alguns dos bons motivos para que a escravidão atual ainda exista.
O transporte era feito da África para
o Brasil nos porões dos navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas,
muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao
mar. Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro, os escravos eram tratados da
pior forma possível. Trabalhavam muito, recebendo apenas trapos de roupa e uma
alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas e eram
constantemente castigados fisicamente. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de
realizar suas festas e rituais africanos.
No
Brasil, a escravidão é mais constante no campo. Isso tem ocorrido com certa
freqüência, trabalhadores oriundos da Bahia, Piauí, Maranhão, entre outros, são
recrutados para trabalhar principalmente no interior da Amazônia. A pessoa
responsável por aliciar os trabalhadores é chamada de gato, essa promete bons
ganhos e boas condições de trabalho, como os trabalhadores geralmente são
pobres, oriundos de lugares castigados pela seca onde não conseguem emprego
para sustentar suas famílias, aceitam a proposta.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de
Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era
aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos
nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos
Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com
muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos
negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam
empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou
a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos
informais e temporários.
O trabalho escravo hoje não é o mesmo das
senzalas e do tráfico negreiro que vigorou por séculos. Mudou, assumiu nova cara, mas manteve
a característica de privar o ser humano de sua dignidade. Apesar do aumento na
eficiência da fiscalização, não há o que comemorar. Essa é a nossa realidade
atual, apesar dos 121 anos da abolição da escravidão no Brasil, ainda somos
obrigados a conviver com tais situações que desrespeitam a dignidade do homem.
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